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Por ti

Espero por ti,
Não te preocupes.
Estarei lá, naquele lugar
Onde o Sol raia e aquece
E a Esperança sempre se reflecte. 

Lá, ali, aqui
Neste dourado espaço,
Espero sem pressas,
Com um sorriso,
Com um abraço,
Com um riso de regozijo,
Por saber que esperas também
Este destino. 

Tu, que caminhas pela sombra,
Que por razões só tuas escolhes o vento frio da solidão.
Sabe,
Que eu nasço sempre com o Sol,
Quente, para repousares,
Para te amar sem me amares.

Faça-se chuva!

O meu humor flutua ao sabor do tempo.
Não percebo. Não sou eu que o domino. Não. Sou apenas um mero espectador sem forças para me impor.
Se o sol aparece sou pateticamente feliz. Se as nuvens se insinuam sou estupidamente triste.
Nem adianta lutar. Tentar impingir-me a mim mesmo alegria em céu negro e escuridão em céu aberto.
Não me governam os Deuses, ou o tolo do destino (porque não acredito em nenhum deles). Mas a madrasta da natureza domina-me. E hoje, passou o dia todo a ameaçar-me. A prometer que me daria uma porrada de chuva.
Podia cair o Carmo e a Trindade, chover sapos, bolas de gelo, meteoros, podia chover a cântaros, grossas gotas, encher tudo, molhar tuto, arrastar toda a depressão pelo esgoto abaixo.
Mas não. Nem chove nem deixa chover.
E eu aqui, com vontade da molha, da água a escorrer-me pelos cabelos, da nostalgia, do enredo, do som, do movimento, da frescura da sua cura, de ir lá fora ser lavado por dentro.
Mas hoje, o dia não esteve para ai virado. E tem andado a enconar durante meses.
Quando fica assim, eu fico como ele, sou como ele, o limiar entre o ser e o não-ser, a margem de mim, a seca.
Ele brinca com os meus sentimentos, enubla o meu pensamento, frusta todas as minhas tentativas de ser bem, alegre, solarengo, calorento, radiante, esperançoso, confiante.
E fico assim, parado, cinzento… Uma puta de merda de tempo…