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Mesmo que

Mesmo que,
não sejas uma simples voz, visão, luz,
respondas aos meus rogos,
te faças carne e corpo, à minha frente, concreto e material, existência imortal, de amor em chagas,
toque nessas feridas abertas,
olhe nesses olhos ternos,
te sinta real e eterno,
me invada o carinho que por ti penso,
                                   da razão serei sempre servo.

Se existires não me apareças,
não creio em mim.
E se apareceres saberei que não és.
Porque tudo o que se descobre,
só é sempre uma vaga existência de algo mais,
                                  como a realidade transformada em sonho...