Olhai o campo que a chuva cerca,
Abafa o
pranto que se liberta.
O pó do ar
na terra cai,
Surge o céu
limpo da alvorada,
O sol da
tarde as gentes curva,
Chegar vem a
hora enxuta.
Gastos,
cansados, anoitam rústicos,
Tabernas
cheias, bagaços brutos,
Mulheres e
homens fazem-se à vida,
Ásperos
modos, surge a alegria.
Duro de roer
é este mundo,
Coisa pouca
dura, pouca coisa fica.
De onde vens
tu meu amor!
Mais um dia
de labor!
Esta enxada
que a terra cava
Há de
descansar em fim um dia
E tuas mãos
tão calejadas
Hei de curar
com beijos todos os dias.
Murmura a
ceara a montes fora,
Ilumina de
oiro a nossa hora.
De onde vens
tu meu amor!
Mais um dia
de labor!
Porque que
amas tu amor!
Dancemos ao
som do tambor!