o paradoxo embrenha-se
no costume da realidade
e "quem sou eu" deixa de ser
a ser seja "quem sou"
ilude-me o pensamento
cada vez que penso em mim
sinto-me real
mas apenas penso sentir-me assim
pergunta o eu que é o eu
quem sou quem sou
sou a questão sobre a questão
sobre a questão sobre a questão
se assim não fosse
se me conhecesse inteiramente
pararia mumificado no tempo
numa eterna ausência de movimento
o costume
embrenha-se pela realidade
o eu não existe
e existo apenas
neste paradoxo que nasce