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Pacto

Quedou-se ao fim da estrada
Num cruzamento fora do tempo,
Fez uma reza apressada
Com ela foi ter o vento.

Por uma bruma escura
Surge um ser vermelho,
Seu corpo nu se insinua
Perguntou-lhe qual o desejo.

      Há em mim uma gula
      Por um prazer eterno,
      Afasta de mim a chuva,
      Leva-me para o teu templo.

      Há em mim uma pressa
      Por um prazer efémero.
Aproxima-se dela a Besta,
Sussurra-lhe em silêncio.

      Pega nessa faca, grava o teu nome em sangue,
      Deus esta distante, para te poder julgar.
      No meu corpo quente se prende a liberdade,
      Agarra-me no falo hei de te ensinar a amar.
      Do paraíso caído surge o milagre
      Que só nas chamas do inferno hás de encontrar.