Páginas

Impressões

Lisboa. Entro no metro, entalo-me nas latas de sardinha. Subo escadas, desço escadas. Percorro os passeios. Confundo-me entre um emaranhado de sons vocais, pedestres e automobilísticos. Enquanto vagueio vou olhando para as personas que me rodeiam.

Reparo que as expressões faciais que vou observando são peculiarmente parecidas. A maiorias das pessoas com quem me cruzo tem, por assim dizer, uma não expressão. Uma expressão que prima pelo não reflexo de uma emoção. Por isso, toda a gente com quem me cruzo parece ameaçadora e intimidativa, zangada e má.

Eu retraio-me, ao olhar para estas caras. E na fragilidade do meu Ser vou adoptando, aos poucos, a mesma não expressão, para me defender da expressão dos outros.