O medo é uma carraça que se gruda à pele e me chupa.
Infecta-me
com ideias
Parasitas.
Febres,
suores frios, fraqueza, delírios.
Arritmias
compassadas,
Artrite e
dores inchadas.
Absorve o raciocínio,
Descontrola o
instinto.
Incha guloso
e ávido, o carrapato.
Caio árido, por
terra fatigado.
Como é que
uma coisa tão pequena,
Se apodera
assim do sistema.
O espirito
lato, crente,
Desilude-se
por ver a carne em rente.
Carraça maldita,
feia, troglodita!
Absorves a
ilusória arrogância com que vivo,
E mirro.
Esperança!
Esperança!
AHAHAHAHAH!
Um resto de
loucura alcançada.
Procurar,
procurar, sobreviver, encontrar-te,
Naquela
fissura escura da minha pele,
Pegar numa
pinça,
Bicha
esquisita, verto-te agora álcool em cima,
Arranco-te,
corto-te,
Queimo-te a
cabeça,
Agarrada à
zona endémica.
Depois…
Uns
paracetamóis, antibióticos e mais uns sais.
Para não pensar,
em paraideias.
Da próxima
vez que me saltares em cima, bicho,
O sistema imunológico
vai-te reconhecer,
E eu não
sofrerei mais, desses teus beijos mortais.
Estarei
protegido dessa tua doença vampiresca,
Pelos
glóbulos loucos de nascença.