Toda a vida fui pastor
Toda a vida
fui pastor
Toda a vida
guardei gado.
Tenho uma
nódoa no peito
De me
encostar ao cajado.
De me
encostar ao cajado
De me
encostar ao bordão.
Tenho uma
nódoa no peito
Ao lado do
coração.
Na serra o
que mais se sente
São saudades
do amor.
E o leite é
branco para a gente
Só é negro
para o pastor.
O meu amor é
pastor
É pastor e
guarda ovelhas.
Tem uma
casa na serra
Coberta com
poucas telhas.
(Cantar da Beira Interior)
Cedido pelas senhoras simpáticas do rancho de Videmonte.
Bem haja a elas.
Bem ditas as senhoras por esta canção,
Bem dito seja o tempo,
Bem dito o sufoco de outros,
Que nos preenche o momento.
Pacto
Quedou-se ao
fim da estrada
Num cruzamento
fora do tempo,
Fez uma reza
apressada
Com ela foi
ter o vento.
Por uma
bruma escura
Surge um ser
vermelho,
Seu corpo nu
se insinua
Perguntou-lhe
qual o desejo.
Há em mim uma gula
Por um prazer eterno,
Afasta de mim a chuva,
Leva-me para o teu templo.
Há em mim uma pressa
Por um prazer efémero.
Aproxima-se
dela a Besta,
Sussurra-lhe
em silêncio.
Pega nessa faca, grava o teu nome em sangue,
Deus esta distante, para te poder julgar.
No meu corpo quente se prende a liberdade,
Agarra-me no falo hei de te ensinar a amar.
Do paraíso caído surge o milagre
Que só nas chamas do inferno hás de
encontrar.
Deuses
sinto os Deuses bem perto,
procuram sangue,
sinto o seu cheiro,
buscam morte,
para em si voltar poderem-me.
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